Produtos Estruturados: conheça mais uma forma de investir seus recursos
Existe uma grande variedade de produtos ofertados no mercado financeiro e, dentre eles, há uma categoria chamada operações estruturadas. Esses produtos são operações com derivativos, adaptáveis aos cenários mais diversos da economia e possuem objetivos também variados, como proteção patrimonial ("hedge") ou investimento, em busca de minimizar os riscos do investidor e potencializar seus resultados, por meio da alavancagem financeira.
Como funcionam os Produtos Estruturados?
Essencialmente, um produto estruturado é composto por uma combinação de investimentos de renda fixa e de renda variável. A operação é montada com base em análises do cenário atual da economia, bem como as considerações dos possíveis desdobramentos futuros. Ao final do prazo estipulado, os resultados destes componentes que formam o produto irão somar o resultado da operação. Vale ressaltar que em razão de sua complexidade, as operações estruturadas são recomendadas para investidores qualificados.
O Produto Estruturado poderá ser ofertado por um banco, e nesta única aplicação o investidor poderá diversificar seus investimentos em variados setores tanto em território nacional como no exterior.
Um exemplo de produto estruturado é o conhecido Certificado de Operação Estruturada (COE). Há dois tipos de COE, (i) o de capital protegido e (ii) o valor nominal de risco.
Imagine uma operação fictícia de um COE de capital protegido, com rentabilidade de até 20%. Dentre as premissas do produto ofertado pelo banco, 2/3 do capital será destinado para um título de renda fixa prefixado. O restante do capital será destinado à compra de opções de compra (call) de cotas de um ETF. O prazo da operação será de 1 ano.
Considerando a previsibilidade do ativo de renda fixa, desenham-se três cenários para o resultado da operação ao final do prazo:
O ETF se desvalorizou: o capital inicial do investidor aplicado neste derivativo será devolvido nominalmente;
Houve valorização em menos de 20% do ETF: o investidor receberá os resultados proporcionais à valorização do ativo;
O ETF valorizou em 20% ou mais: o investidor receberá um retorno fixo de 25% na operação.
Custos de Operação de Produtos Estruturados
A remuneração do banco ofertante do produto acontece por meio de encargos financeiros, o spread, sobre a operação. Os encargos variam de acordo com a complexidade das operações do produto estruturado e vem embutidos no resultado.
Além das taxas do banco, o investidor ao final da operação pagará também os impostos sobre os resultados da operação, seguindo as alíquotas da tabela regressiva do Imposto de Renda (IR):
Até 180 dias: 22,5%
De 181 a 360 dias: 20%
De 361 a 720 dias: 17,5%
Acima de 720 dias: 15%.
Quais são as vantagens e os riscos de um Produto Estruturado?
Por se tratar de um produto muito flexível, há várias estratégias que podem ser exploradas, adaptando-se às circunstâncias e objetivos de cada investidor quando necessário e cada uma exposta ao risco do setor que a operação for feita.
A operação estruturada possibilita um alto rendimento, mas com riscos menores e perdas controladas, dependendo da categoria da operação, como no exemplo anterior.
Além disso, os produtos estruturados ofertados pelo banco são projetados e pré-montados, assim facilitando o acesso do investidor a esse tipo de operação.
Considerando os riscos dessa classe de investimentos, podemos levantar três principais tipos que o investidor pode enfrentar ao optar por um produto estruturado:
Risco atrelado ao Custo de Oportunidade: Produtos estruturados são operações de longo prazo, a rentabilidade não é garantida e o investidor pode terminar a operação com o mesmo valor nominal com o qual iniciou;
Risco de crédito do emissor: há o risco de a instituição ofertante do produto não ser capaz de pagar o investidor, é importante ressaltar que neste tipo de investimento não há proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC);
Risco de Liquidez: os produtos estruturados não podem muitas vezes ser resgatados e a liquidação antes do prazo acaba dependendo do mercado secundário.
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