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Foto do escritorRodrigo Paiva

Aposentadoria: planejando o seu futuro!

Atualizado: 18 de jul. de 2022




Nesta edição da [2a. INVEST] vamos falar sobre a sua aposentadoria! A Previdência Privada, também conhecida como previdência complementar, que já deve ser pensada desde sempre para que você possa usufruir com segurança a melhor idade.

Como vimos no artigo anterior a previdência social no Brasil tem limitações para os trabalhadores da área privada. Para aqueles que desejam manter o seu padrão de vida é necessário investir em previdência privada.


A previdência privada consiste em fundos oferecidos por instituições financeiras, onde o contribuinte escolhe um valor e prazo para fazer contribuições mensais. Ao final desse ciclo, poderá receber o dinheiro investido de forma integral, mensal, temporária ou vitalícia.


Ela foi regulamentada pela lei nº6.435 de 1977, e desde então tem evoluído através de regulações quanto a valores mínimos, taxas e juros oferecidos, tornando essa modalidade mais uma alternativa de renda complementar para os brasileiros.


Como funciona a previdência privada?


Com a contratação de um plano de previdência, o cidadão passa a contribuir mensalmente respeitando as condições de prazo e valores que foram estabelecidos na assinatura do contrato. Basicamente os planos de previdência são divididos em duas fases:

  • Acumulação: período destinado ao aporte de dinheiro que será aplicado conforme as regras definidas, com o objetivo de aumentar o capital investido

  • Resgate: fase onde o contribuinte poderá resgatar o valor de maneira integral ou mensalmente.

Qual o tipo de Previdência Privada mais indicado?

O primeiro passo para saber qual tipo melhor atende às suas necessidades é conhecer com propriedade as suas finanças e de qual forma você declara os seus impostos.


Dessa forma, ficará mais fácil entender quais são os seus objetivos a longo prazo, o que trará maior clareza sobre o melhor investimento para o seu perfil.


Hoje, no mercado, a previdência privada é dividida em dois grupos:

Fechada: é destinada a profissionais ligados a empresas ou sindicatos, tendo como principal característica o fato de o colaborador contar com o apoio de um desses grupos no momento da contribuição. Vejamos como exemplo um caso onde o colaborador faria uma contribuição mensal no valor de R$ 200,00. A empresa, em contrapartida, visando oferecer mais um benefício para motivar os seus colaboradores, complementaria esse montante acrescentando R$ 200,00 — ou seja, o valor total seria de R$ 400,00. Vale ressaltar que a definição do valor complementar varia de acordo com a política e diretrizes de um desses grupos.

Portanto os planos de previdência fechada costumam ser muito interessantes, entretanto poucas pessoas têm acesso aos mesmos.

Aberta: é destinada a qualquer pessoa, sem que haja necessidade de vínculo com alguma empresa ou sindicato. Hoje, as duas principais modalidades oferecidas no mercado são a VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano Gerador de Benefício Definido). A principal diferença entre essas modalidades, ocorre no tratamento tributário.

VGBL e PGBL, qual escolher?

VGBL: é recomendado para pessoas que fazem a declaração simplificada do Imposto de Renda e também para profissionais liberais ou isentos. Neste caso a tributação ocorrerá apenas sobre o rendimento acumulado, não permitindo que seja feita a dedução anual.

PGBL: é recomendado para pessoas que fazem a declaração completa de Imposto de Renda, contam com uma renda mais elevada e não possuem acesso a um plano fechado vantajoso oferecido pela empresa. Além disso, é permitido que seja abatido no Imposto de Renda até o limite de 12% da renda anual — esta regra incidirá sobre o valor total do plano.


Quais as vantagens da Previdência Privada?

Não entra no inventário

O inventário é o documento legal no qual são listados os bens da pessoa falecida e, com isso, realizada a partilha aos herdeiros. Muita gente tem dúvida se, em caso de falecimento, o investimento em previdência privada entra no inventário.

E a resposta é não. Por lei, o plano de previdência privada não é um bem, mas sim um investimento.


O que acontece é que, ao assinar o contrato de adesão ao plano de previdência privada, o titular indica quem deverá receber os fundos aplicados e os rendimentos caso venha a falecer.


É possível, por exemplo, destinar percentuais específicos para diversas pessoas. Neste sentido, a previdência privada funciona de maneira bastante semelhante a um seguro de vida.


Permite portabilidade


Ao investir em um plano de previdência privada, o titular conta com garantia de potabilidade estabelecida em lei. Isso significa que ele pode mudar de plano e de instituição financeira e também alterar os valores dos aportes.


Para isso, não existem nem taxas a serem pagas, nem perda de rendimentos. Assinar a portabilidade é um processo bem simples: basta entrar em contato com a nova empresa seguradora.


Contudo, a portabilidade só pode ser acionada a partir de 60 dias a contar da data de assinatura do contrato. E a mudança só pode ser realizada dentro da mesma modalidade; não é possível migrar de VGBL para PGBL, e vice-versa.


Essa é uma vantagem grande, pois dá ao investidor a flexibilidade de, por exemplo, buscar um melhor atendimento.


Tem isenção do “come-cotas”


Também o chamado “come-cotas” desaparece no investimento em previdência privada. Esse termo refere-se à cobrança semestral de IR incidente nos meses de maio e novembro sobre os rendimentos de outros fundos de investimento (renda fixa e multimercados, por exemplo).


Trocando em miúdos, quem investe em previdência privada só é tributado no momento do resgate do dinheiro aplicado.


Além disto temos:

  • É possível escolher o tipo de tributação: regressiva ou progressiva;

  • Quem escolhe um plano PGBL tem benefícios fiscais;

  • Os aportes não são obrigatórios, ou seja, é possível contribuir quando quiser;

  • O dinheiro rende ao longo dos anos, especialmente quando está nas mãos de um bom gestor;

  • É possível encontrar fundos de diferentes perfis no mercado, de conservador a moderado;

  • É possível escolher entre resgate financeiro ou renda.

Quais os impostos incidem nas aplicações em PGBL e VGBL?


É você quem escolhe qual o regime de tributação vai sofrer nas aplicações:

  • Tabela regressiva: para os investimentos de longo prazo, com janelas de tempo superiores a 10 anos, a tabela regressiva é a opção mais vantajosa. Quanto mais o tempo passa, menor é a alíquota do imposto, que chega a 10%

Tabela de alíquotas regressivas do imposto de renda


  • Tabela progressiva: caso você não tenha certeza de quando precisará do dinheiro do seu plano de previdência, a tabela progressiva pode ser a melhor opção. Isso porque a alíquota não considera o tempo, mas o valor recebido ou sacado do plano – como na tributação dos salários.

Tabela de alíquotas progressivas do imposto de renda

Qual é a rentabilidade dos fundos PGBL e VGBL?

Existem várias categorias de fundos previdenciários de acordo com o risco que se deseja correr: renda fixa, ações, balanceados e multimercados.

Portanto a rentabilidade varia com o grau de risco que se deseja correr.

Por exemplo, 2020 foi um dos anos mais desafiadores para a indústria de investimentos, inclusive para quem administra fundos de previdência privada.

Na tabela abaixo temos o desempenho dos 10 maiores fundos de previdência privada na categoria renda fixa, sendo que apenas quatro conseguiram ir melhor que o CDI, referência de rentabilidade, no período. Em 2020, o CDI rendeu 2,77%.

Juntos, os 10 maiores fundos de previdência de renda fixa somam patrimônio líquido de R$ 234,77 bilhões.


Ao analisar os fundos multimercados, o cenário fica um pouco menos desolador para os gigantes bilionários: dos 10 maiores fundos de previdência privada da categoria, seis se deram melhor que o CDI em 2020.


Contudo, quando comparado o seu desempenho no acumulado do ano com o índice IHFA (Índice de Hedge Funds ANBIMA), referência para a indústria de multimercado e cuja retorno foi de 5,51% em 2020, só um fundo o vence, o Itaú Prev Verde AM FIM.


Já em 2021, o cenário foi outro! Veja a relação dos 10 fundos mais rentáveis (Fonte Mais Retorno):


Em 2022, com a queda nas bolsas e aumento dos juros, o cenário já é outro entre os 10 mais rentáveis (Fonte: Mais Retorno):




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