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Foto do escritorRodrigo Paiva

Investimentos em tempos de guerra





A [2a.INVEST] de hoje mostra como ficam os investimentos em tempos de guerra sendo que os especialistas indicam que as estratégias de alocação de recursos vão depender do perfil do investidor (descubra aqui, qual é o seu) e da sua atual carteira de ativos.


A invasão da Ucrânia pela Rússia afetou os mercados, com as bolsas no mundo oscilando e o dólar valorizando frente a várias moedas, incluindo o real, que anteriormente vinha se valorizando frente ao dólar! Em um cenário de incerteza, a tentativa de proteger os investimentos e patrimônio ganha força, mas exigem cuidados.


Nestes tempos, dois riscos devem ser evitados na gestão de patrimônio: liquidez insuficiente para as necessidades imediatas e perdas patrimoniais efetivas, definitivas. A diversificação de investimentos é muito mais complexa do que se costuma imaginar. Sua função não é buscar a melhor rentabilidade a curto prazo, mas proteger da imprevisibilidade do longo prazo. Exatamente onde estamos agora!


Ativos de proteção


Normalmente ouro e dólar costumam ser os dois principais ativos de proteção no mercado para quem investe em renda variável (mercado de ações). Para investidores que não estão na renda variável, comprar ouro e dólar pode vir a ser um mal negócio. Os dois ativos são muito voláteis, e em uma carteira conservadora, ou seja de renda fixa, podem fazer um bom estrago, o dólar vinha caindo a quase 10% antes da invasão da Ucrânia (de 5,50 para 5,00).


Com o envolvimento dos Estados Unidos na crise ucraniana, mesmo que indiretamente, com as sanções econômicas, o dólar se torna ainda mais volátil e sensível ao conflito, favorecendo o investimento em ouro como porto seguro.


Para investidores que estão na renda variável outra alternativa passa a ser a renda fixa como complemento da carteira, já que chegamos, na última semana, a uma taxa Selic de 11,75% a.a.



Veja o comentário no Twitter da economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória:




Pode ser que o ponto mais alto de alta da Selic esteja se aproximando.


Outros analistas acreditam que a instabilidade geopolítica tende a favorecer o aumento dos preços de commodities, em especial energéticas e metálicas. Assim, os investimentos nelas através de fundos temáticos ou ETFs seriam boas opções, pois são investimentos que tem a facilidade de retirada de investimentos com novas mudanças de cenários.

As ações de setores mais resilientes e menos dependentes do cenário externo também podem ser uma alternativa para aqueles que não querem reduzir a exposição a bolsa, e a alternativa seria migrar para os papeis de empresas de transmissão de energia, bancos, saúde e saneamento.


As ações de empresas ligadas a commodities, como petroleiras e metalúrgicas, também seriam uma boa opção para este movimento entre setores.


Investidores na Renda Fixa


Se a sua carteira já é conservadora, os especialistas recomendam que você continue a expandir nestes investimentos, pois as taxas praticadas estão bem convidativas.


Os estrategistas recomendam os títulos pós-fixados como melhor alternativa, já que o BC já declarou que a Selic sobe ainda mais.


Para quem prefere proteção monetária, os títulos atrelados à inflação oferecem correção equivalente ao IPCA do período e mais um juros adicional que podem ser bem significativos dependendo do prazo do ativo, mas para isso o investidor precisa ter disponibilidade para ficar com o investimento até o vencimento.


Em caso de não se ter a disponibilidade de tempo para permanecer com o investimento, o ideal seria procurar aplicações mais simples que facilitem a entrada e saída, tais como CDB, LCA e LCI.


O investidor deve estar atentos à liquidez. Não é o momento para aplicar em títulos de longo prazo, sendo bom focar em curto prazo para permitir mudar de posição se necessário.


Investidores arrojados


Aos investidores mais arrojados, geralmente presentes na renda variável, o correto neste momento é a cautela, esperar o desenrolar dos acontecimentos, pois ao contrário, pode correr o risco de estar vendendo ativos por um preço abaixo do justo.


É importante que o investidor de renda variável leve em conta o planejamento e escolhas que tomou ao montar sua carteira de ações. Existem setores que dificilmente vão ter mudança de rumo na trajetória prevista, e outros podem ter.


Caso o investidor já tenha chegado perto do que esperava atingir e quer proteger o capital, vale cogitar a saída do investimento, o que também é válido para quem acabou de entrar na bolsa e está com medo.


Os investidores que tem um plano coerente de aplicação, baseado em fundamentos não é o momento de sair e sim aguardar para ver o que vai acontecer. O mais importante, como sempre, é se sentir confortável com o investimento.


Em um horizonte de longo prazo o atual momento pode ser benéfico para o investimento em ações em um cenário de incerteza, já que podemos encontrar boas janelas de entrada para o recurso que precisa ser alocado em carteiras que ainda têm espaço para esse tipo de risco.


Lembramos ainda que historicamente o impacto dos eventos bélicos sobre os investimentos de longo prazo tem demonstrado ter duração muito limitada. Entretanto, não se deve perder de vista o impacto macro sobre a inflação e as consequências para as ações dos bancos centrais.


Em tempos de guerra, a única certeza que temos é a incerteza, e este momento é o pior para tomar decisões patrimoniais, portanto se você tem a dose de liquidez adequada e investimentos diversificados e bem geridos, você já esta no lugar certo.


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