Como investir em Renda Fixa de Crédito Privado
Nesta edição da [2a.INVEST], lembramos que antes de investir em renda fixa de crédito privado, é crucial considerar mais do que apenas a taxa de retorno. Os critérios fundamentais para a decisão de investimento devem incluir:
Classificação de Risco: Confie nas agências de rating para avaliar a saúde financeira da empresa.
Endividamento de Curto Prazo: Empresas com altos passivos de curto prazo podem enfrentar dificuldades de refinanciamento, especialmente em cenários adversos.
Razão Dívida Líquida sobre EBITDA: Uma razão não superior a 4 indica uma visão clara sobre o sobre-endividamento e a saúde financeira da empresa.
Garantias Atreladas à Emissão: Quanto mais substanciais as garantias, menor o risco para o investidor.
Setor de Atuação: Setores com margens de lucro baixas ou dependentes de ativos intangíveis são mais arriscados; setores como energia e saneamento tendem a ser mais seguros.
Lembramos ainda que este tipo de investimento não conta com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
Apesar de avaliar esses critérios, o risco de mudanças macroeconômicas ou microeconômicas sempre existe. Diversificar investimentos e considerar fundos de investimento pode ser uma estratégia prudente para mitigar riscos. Investir em crédito privado exige uma análise detalhada e ampla para decisões acertadas.
Quais são os tipos de crédito privado?
No dinâmico mercado de crédito privado, diversos títulos oferecem oportunidades distintas de investimento, cada um adaptado às necessidades e objetivos específicos dos investidores. A compreensão dessas opções é fundamental para tomar decisões financeiras adequadas.
Debêntures:
As debêntures representam títulos de dívida emitidos por empresas privadas, estabelecendo uma relação de empréstimo. A empresa emissora compromete-se a pagar juros periódicos e devolver o valor principal no vencimento do título. Variações incluem emissões com pagamento único na data de vencimento ou amortizações intermediárias. Ofertas públicas de debêntures exigem registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com prazos geralmente superiores a dois anos, debêntures oferecem rentabilidade através da taxa de juros, sendo classificadas em "comuns", sujeitas ao imposto de renda, e "incentivadas", isentas de imposto de renda para pessoa física investidora.
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI):
Os CRIs são títulos de renda fixa destinados a financiar projetos imobiliários. Similar às LCIs, esses títulos funcionam como empréstimos, onde o investidor financia dívidas no setor imobiliário. A rentabilidade é composta por uma taxa prefixada conhecida na compra, podendo incluir a variação de índices como inflação ou CDI. Emitidos por companhias securitizadoras, os CRIs não têm a função de devedoras, mas sim de intermediárias na operação.
Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA):
Os CRAs, similares aos CRIs, financiam dívidas e projetos, mas especificamente no setor do agronegócio. Emitidos por companhias securitizadoras, esses títulos oferecem uma excelente opção para produtores rurais e cooperativas captarem recursos. A rentabilidade é obtida através de um fluxo de rendimento, proporcionando ao investidor uma taxa prefixada conhecida na compra, com a possibilidade de acréscimo por variação de índices como inflação ou CDI.
Títulos Bancários:
Títulos bancários são ativos de renda fixa emitidos por bancos para angariar capital destinado a suas atividades. Quem adquire um título bancário atua como credor do banco. A comercialização desses títulos contribui para as operações bancárias, incluindo empréstimos, financiamentos e outros produtos. Importante notar que os títulos bancários têm garantia do Fundo Garantidor de Créditos para valores até R$ 250 mil por CPF, diferenciando-se aqui dos demais instrumentos de crédito privado, onde a cobertura não está presente, implicando risco de crédito do emissor.
Diversificar entre esses tipos de crédito privado permite aos investidores construir carteiras robustas, alinhadas com seus objetivos financeiros e disposição ao risco. A compreensão profunda dessas opções é a chave para otimizar a gestão de investimentos.
Quais os riscos de investir em crédito privado?
Ao considerar o investimento em crédito privado, é imperativo avaliar os riscos associados para uma decisão consciente. Alguns desses riscos incluem:
Falta de Proteção do FGC:
Investimentos em debêntures, CRIs, CRAs e FIDC não contam com a segurança proporcionada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que protege o capital investido até R$250 mil por CPF. Este cenário aumenta a exposição ao risco de inadimplência.
Liquidez Reduzida:
A venda antecipada de títulos pode resultar em liquidez reduzida, impactando a capacidade de venda antes do vencimento. Isso pode afetar a tomada de decisão em momentos de necessidade de resgate.
Risco de Mercado:
O setor de crédito privado está sujeito a flutuações nos preços e nas taxas de juros. Essas variáveis podem afetar o valor dos títulos, apresentando desafios particulares aos investidores. No entanto, esse risco pode ser mitigado mantendo os títulos até o vencimento.
Quais as vantagens de Investir em Fundos de Crédito Privado?
Uma alternativa ao investimento direto em créditos privados pode ser o investimento em um Fundo de Investimento. Antes de adentrar no universo de crédito privado, é importante entender as vantagens que os fundos podem oferecer para quem esta iniciando neste mundo:
Acompanhamento Profissional:
Ao optar por um fundo de crédito privado, os investidores têm a vantagem de contar com acompanhamento profissional. Especialistas financeiros dedicam-se a garantir o menor risco e máxima rentabilidade possível.
Rentabilidade Atrativa:
Títulos de crédito privado geralmente oferecem taxas de retorno superiores a outras opções no mercado financeiro. Apesar do maior risco de inadimplência, esses títulos podem ser uma escolha atrativa para investidores dispostos a assumir riscos para obter retornos mais elevados.
Menor Risco em Comparação com Renda Variável:
Em comparação com ativos de renda variável, como ações, FIIs e ETFs, os títulos de crédito privado proporcionam retornos mais estáveis e seguros. Isso ocorre porque, quando mantidos até o vencimento, esses títulos oferecem a remuneração acordada no momento da aplicação, minimizando a "marcação a mercado" e o risco de liquidez associado.
Lembrando que os investimentos em Fundos tem um custo, que é expresso pela taxa de administração do mesmo, onde você vai estar remunerando os profissionais que fazem a gestão do fundo.
Como analisar um investimento na prática
Vamos exemplificar com as seguintes ofertas de investimento em debêntures disponíveis no Banco Inter:
Neste exemplo temos duas debêntures, a primeira emitida pela Petrobrás com uma rentabilidade de IPCA+ 5,1% a.a. e a outra emitida pela Ligga Telecomunicações com IPCA + 9,5%. Pela cor e pela rentabilidade já sabemos que o risco é maior na opção da Ligga.
No app do Banco conseguimos mais detalhes sobre cada um destes investimentos:
para a Ligga, temos:
Observe que com estes dados temos as informações de dois dos nossos cinco critérios: a classificação de risco (rating) e o setor de atuação das empresas. Para os demais três: endividamento, Razão Dívida Líquida sobre EBITDA e Garantias Atreladas à Emissão vão exigir mais pesquisa por parte do investidor.
No site Valor Invest conseguimos dados sobre endividamento e razão dívida líquida sobre EBITDA (abaixo dados da Petrobrás):
Agora sobre as garantias temos que fazer uma consulta na Anbima utilizando o código do ativo. Vamos exemplificar utilizando a debênture da Ligga Telecomunicações que tem o código CPTM15
No site da Anbima temos ainda uma ferramenta que compara as debêntures:
e onde podemos identificar que as garantias da Ligga são reais e da Petrobras são quirografárias.
Para que você tenha segurança em seus investimentos e dependendo do montante a ser investido, ter em mãos estas informações é muito importante para um investimento consciente, lembrando que muitas vezes estes investimentos são de longo prazo e o recurso não estará disponivel para resgate. Neste exemplo temos debêntures que vencem em 2029 e 2030.
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